Cartaz

Cartaz

A sustentabilidade económica de Portugal, por via do aumento da competitividade da indústria transformadora nacional, depende do incremento da exportação de produtos com maior valor acrescentado. Por sua vez, para que os bens nacionais subam na cadeia de valor, há que impulsionar o seu grau de inovação. Neste contexto, o design revela-se como elemento diferenciador e instrumento de reforço da competitividade e reposicionamento de sectores como o calçado, têxtil, vestuário e mobiliário.

O Rotary Club de Barcelos realizou, no dia 26 de Fevereiro, uma palestra com o tema “O design como ferramenta estratégica de competitividade e inovação” proferida pela designer Isabel Bourbon.

Depois das formalidades habituais, Miguel Henriques fez a apresentação da convidada: “Natural de Guimarães; licenciada em Design de Interiores e Equipamento; mestranda no IPCA em Design e Desenvolvimento do Produto; participando, entre outras, na decoração e concepção do mobiliário para a Fundação Saramago, na Casa dos Bicos em Lisboa; participou na residência de designers “More Design, More Industry” na empresa de mobiliário Gual Torres, etc. ”.

Isabel Bourbon mostrou aos presentes, onde se incluia uma forte representação de alunos do IPCA, o papel chave que o design tem como ferramenta de Competividade e inovação para o nosso tecido industrial.

A oradora começou por caracterizar a nossa estrutura empresarial, onde predominam as pequenas empresas. Com menos de 9 trabalhadores, e muitas vezes de carácter familiar. As técnicas utilizadas nestas empresas situam-se entre o industrial e o manual. Neste cenário. torna-se impossível competir com as grandes produções. No entanto, regista-se um grande conhecimento (saber fazer) e uma grande qualidade nos produtos.

Miguel Henriques entrega diploma à oradora

Miguel Henriques entrega diploma à oradora

Depois de uma viagem ao projecto “More Design, More Industry”, através de um registo em vídeo, Isabel Bourbon recordou Michael Porter que considerou que “Portugal não poderá procurar a excelência tentando competir usando as mesmas vias que foram bem sucedidas no séc. XIX – Portugal já ‘perdeu o comboio’ deste século e os seus competidores possuem um avanço de décadas. Portugal não conseguirá competir reproduzindo o sucesso dos outros. Portugal tem que descobrir em si próprio o que possui de único, especial e diferenciado por forma a competir noutras vertentes.” .

A designer apontou como caminhos a customização, a diferenciação e a nossa cultura. Estes caminhos apostam na utilização dos nossos recursos, técnicas, saberes artesanais e elementos da nossa cultura, Neste campo, deu como exemplo, entre outras, as marcas “Boca do Lobo”, “Vista Alegre” e “Corque ”.

Intervenção do Dr. Ricardo Simões

Intervenção do Dr. Ricardo Simões

No final, Ricardo Simões, professor no IPCA e Director do mestrado em “Design e Desenvolvimento do Produto”, falou sobre o IPCA e os cursos aí ministrados, com natural ênfase para os de Design e as actividades desenvolvidas no seu âmbito. O docente do IPCA chamou também a atenção para o reconhecimento que a actividade tem vindo a recolher, referindo a existência de um CAE específico e duas associações de profissionais.

Após um período de perguntas e respostas, António Sousa, presidente do Rotary Clube de Barcelos, encerrou a reunião e agradeceu à palestrante pela apresentação e aos convidados, em geral, pela presença.